A história do 1º Grupo Escoteiro São Paulo está intimamente ligada aos primórdios do movimento Escoteiro no Brasil.
A primeira iniciativa de escotismo no país ocorreu por intermédio de oficiais da Marinha que após um contato com o movimento durante uma viagem à Inglaterra trouxeram ao Brasil uniformes e fundaram oficialmente em 17 de abril de 1910 o “Centro de Boy Scouts do Brasil” na cidade do Rio de Janeiro.
Em São Paulo surge em 1914 a primeira entidade escoteira de caráter nacional: a “Associação Brasileira de Escotismo (A.B.E.), tendo como mentores Mário Sérgio Cardim, Júlio Mesquita e Olavo Bilac. Foi Mario Cardim que selecionou, dentre várias opções, a denominação “Escoteiro” e o lema “Sempre Alerta” traduzidos dos termos originais em inglês “Boy Scout” e “Be Prepared” respectivamente. Sob o comando de Mario Cardim a A.B.E. se desenvolveu de forma rápida, irradiando para outros estados o movimento escoteiro.
Apesar do sucesso, a iniciativa da A.B.E. ainda estava muito distante dos princípios escoteiros concebidos por Lord Baden-Powell. Suas características eram fortemente ligadas ao militarismo e subvencionadas pelo Estado. Consequentemente a fraternidade escoteira mundial ainda não reconhecia a iniciativa da A.B.E. e tantas outras como escotismo.
Rodolfo Malempré
Em 1917 é fundada no Rio de Janeiro a “Associação de Escoteiros Católicos do Brasil” na paróquia de São João Baptista da Lagoa por iniciativa do monsenhor André Arcoverde, vigário daquela paróquia, Cônego Dr. Carlos Manso e os Srs. Edmundo E. Lynch, Rodolfo Malempré e o Dr. João Evangelista Peixoto Fortuna. Essa Associação foi a primeira iniciativa propriamente dita que seguia os princípios puros do escotismo, tanto que em 1921 foi reconhecida internacionalmente pela Organização Internacional Escoteira como a primeira e única entidade escoteira do país na época.
No início da década de 1920 Rodolfo Malempre mudou-se para São Paulo onde liderou a organização das diversas iniciativas de escotismo em São Paulo com a fundação da “Boy Scouts Paulistas” em 23 de setembro de 1923 com a ajuda do monsenhor Francisco Bastos, vigário da Igreja da Consolação, numa dependência da mesma. Começou aqui a primeira iniciativa do verdadeiro escotismo em São Paulo, ligada a uma Associação reconhecida internacionalmente e que seguia todos os princípios concebidos por Lord Baden-Powell.
Na Revolução de 1924, a Boy Scouts Paulistas forneceu alimentação e alojamento à população flagelada pelos bombardeios, na sede da Consolação.
Nos anos seguintes graças ao grande empenho de Rodolfo Malempre novos núcleos, foram fundados na maioria ligados à paróquias:
Consolação / São João Batista/ Santa Generosa (depois Guarany) / S. Antonio do Pari (depois Goytacazes)/ Saúde/ Freguesia do Ó (depois Tupy) / Santo Agostinho (depois Aymorés) / Nossa Senhora Auxiliadora (depois Guaycurus) / Campinas / Santos / Descalvado/ Carajás / Tamoyos.
Durante a década de 1930 sob a presidência do Sr. Armando Lorena a Associação instalou sua sede central na Rua São Bento, em um imóvel cedido pelo Conde de Lara.
Revolução Constitucionalista 1932
Em 1932 durante Revolução Constitucionalista os Pioneiros (Rover-Scouts) atuaram nas frentes de batalha e hospitais de sangue, em colaboração com a Cruz Vermelha. A bravura, heroísmo e eficiência dos mesmos mereceram os mais altos elogios da sociedade, inclusive internacionais, e do próprio fundador, Lord Baden-Powell.
Boy Scouts Paulistas
Em 1940 o Estado Novo criou a “Juventude Brasileira (de cunho fascista) e incorporou todas as organizações juvenis por decreto, inclusive o escotismo. A “Boy Scouts Paulistas” alterou seu nome para “Associação de Escoteiros São Paulo” devido à proibição de nomes estrangeiros, e se negou a participar de atividades com cunho político. A Associação foi fechada pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), seu chefe geral foi detido e interrogado mas não permaneceu preso por interferência de altas personalidades, dando-lhe então liberdade condicional.
Durante os dois anos seguintes a Associação de Escoteiros de São Paulo funcionou na clandestinidade, os mais jovens foram dispensados, mantendo-se apenas os Pioneiros (Rovers-Scouts) e chefes, que continuaram a se reunir e acampar, usando os uniformes apenas no campo.
Em 1940 o Estado Novo criou a “Juventude Brasileira (de cunho fascista) e incorporou todas as organizações juvenis por decreto, inclusive o escotismo. A “Boy Scouts Paulistas” alterou seu nome para “Associação de Escoteiros São Paulo” devido à proibição de nomes estrangeiros, e se negou a participar de atividades com cunho político. A Associação foi fechada pelo DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), seu chefe geral foi detido e interrogado mas não permaneceu preso por interferência de altas personalidades, dando-lhe então liberdade condicional.
Foco na formação e adestramento
Em 1942 a Associação de Escoteiros de São Paulo foi oficialmente reaberta e com enorme influência regional, nacional e internacional. Nessa época se destacaram pelo apoio em diversas ações como:
- Organização do 1º Curso da Insígnia da Madeira com a participação dos maiores dirigentes nacionais e de países vizinhos;
- Implantação do esquema Internacional de adestramento de “Giwell Park”;
- Nomeação dos primeiros quatro diretores (pertencentes à Associação) para formação da equipe nacional de adestramento, para cursos da Insgínia da Madeira. Tais nomeações foram feitas pelo Bureau Internacional de Escotismo e por “Giwell Park”, o Centro Mundial de Adestramento;
- Participação de Chefes da Associação em cursos de formação de Escotistas na Inglaterra e Estados Unidos;
- Organização de cursos da Insígnia da Madeira e outros em diversos países da América Latina, inclusive na Jamaica e Estados Unidos, liderados pelos nossos Escotistas.
Por volta de 1946, ainda por exigência do governo federal as unidades escoteiras passaram a se denominar Grupos Escoteiros ao invés de Tribos.
Em 1954 em comemoração ao 4º Centenário da Fundação da Cidade de São Paulo é realizado “Acampamento Internacional de Patrulhas”. Evento idealizado, planejado e dirigido por Escotistas da São Paulo, sendo elogiado até por órgãos internacionais.
Em 1957 é aprovado por unanimidade o projeto de um de nossos Escotistas chamado de “Adestramento” na III Conferência Escoteira Interamericana, em Cuba. Este projeto serviu para consolidar o Esquema Internacional de Adestramento de Chefes de Gilwell, na América Latina.
1º Grupo Escoteiro São Paulo oficial
No período de 1950 a 1961, escotistas da São Paulo, comissários nacionais, exerceram forte influência na adoção do P.O.R. (Policy, Organization and Rules), substituindo a colcha de retalhos que era o regulamento existente. Uma das consequências desta mudança foi a desagregação da Associação de Escoteiros São Paulo – os Grupos remanescentes se integraram aos respectivos Distritos, e o Grupo Guarany, o mais antigo, ficou com o nome e a incumbência de zelar por suas tradições passando a se chamar “1º Grupo Escoteiro São Paulo” em 1961.
Em 1977 o Grupo transferiu sua sede da Rua Borges Lagoa na Vila Clementino para um terreno no Brooklin Novo, espaço utilizado até os dias de hoje na Rua Baetinga, 99.